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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

14
Abr10

O @vascocampilho não levou o megafone para Carcavelos...

FF

 

 

...mas arranjaram-lhe um microfone. Pena terem-se esquecido de lhe arranjar gente para assistir ao seu discurso também. Daqui a 2 anos cá estaremos para ver quantas das 10 medidas foram realmente implementadas. Aquela do Partido em rede, depois de já ter acompanhado dois congressos do PSD, deixa-me um sorriso nos lábios. E isto não é nada contra o Vasco, e ele deveria saber isso. Até dissemos, em directo para RTP, que gostamos muito dele.

14
Abr10

Activismo 2.0: Como colocar 99 rolhas no Telejornal.

FF

Background

 

No passado dia 14 de Março, o PSD reunido em congresso em Mafra, aprovou no seu último dia de trabalhos, uma cláusula nos seus estatutos que limitava a liberdade de expressão dos membros do partido, 60 dias antes de qualquer acto eleitoral em que o partido estivesse envolvido. Esta liberdade de expressão foi limitada por proibir qualquer crítica à direcção do partido e seus dirigentes, sendo que uma das penalizações previstas era a de expulsão.

 

Assim que terminou o congresso de Mafra, os principais candidatos a novos dirigentes do partido vieram a público dizer que a lei não fazia sentido e que se teria que ratificar assim que possível. O facto é que a lei estava aprovada e que limitava a liberdade de expressão dentro de um partido democrático. A lei  foi imediatamente tratada como a "Lei da Rolha" quer pelos jornalistas quer por membros do PSD.

 

No mesmo congresso em Mafra, o PSD reverteu aquilo que era já uma prática comum e não deu acreditação a bloggers (escusando-se na falta de espaço). Dois membros deste blogue deslocaram-se mesmo assim a Mafra, apesar de não termos acreditação, e reportámos via twitter aquilo que estava a acontecer e a que íamos tendo acesso. Após 10h de contactos e de alguma pressão bem humorada junto das diferentes candidaturas conseguimos finalmente entrar no congresso com acreditações fornecidas por elementos das duas candidaturas.

 

Quer o bloqueio aos blogues quer a nossa experiência para entrar no congresso do PSD em Mafra foram na altura relatadas pelo Público e pela TVI Online. No final do congresso os dois elementos deste blogue tinham produzido mais tweets sobre o congresso do que qualquer outra pessoa, mesmo os que estavam no interior do congresso.

 

O Caso da Rolha

 

No passado fim-de-semana o PSD esteve novamente reunido em Congresso, desta vez para aclamar o novo líder Pedro Passos Coelho. A "Lei da Rolha" tinha ficado fora do Congresso, não ia ser discutida e o sentimento geral era o de quanto menos se falasse na lei melhor seria.

 

A liberdade de expressão, em todas as suas formas é algo que me interessa pessoalmente e, mesmo que pense que em Portugal a liberdade de expressão existe, penso que uma lei destas em qualquer partido que se diz democrático não faz sentido. Penso que a cidadania passa por chamar a atenção, na medida das possibilidades de cada um para estes assuntos. Foi por isso mesmo que decidi levar a rolha, literalmente para o congresso. Durante as férias da Páscoa colocaram-se os sobrinhos a pintar o número 31 em 100 rolhas (uma perdeu-se mesmo e continuo a desconfiar do cachorro) e levei-as para Carcavelos. De notar que para este congresso os bloggers receberam uma acreditação equiparada à de jornalistas e que as condições de trabalho foram excelentes.

 

No primeiro dia de Congresso comecei por dar rolhas aos jornalistas que ia encontrado bem como a caras conhecidas do partido e explicar-lhes o porquê da oferta. Alguns aceitaram-na com um sorriso, alguns aceitaram-na porque pensaram que não a poderiam recusar e outros aceitaram-na reconhecendo imediatamente o simbolismo da mesma. O caso de Miguel Relvas que se desatou a rir quando lhe entreguei a rolha e depois a mostrou aos jornalistas da SIC, minutos antes de entrar em directo, é exemplo disso.

 

Por esta altura já o Público e a TVI online tinham referido que se distribuíam rolhas em Carcavelos.

 

Quando se combina um evento político, que está no mínimo morno,  com os media que precisam de notícias, o resultado é uma fórmula vencedora
para quando se quer chamar a atenção para um determinado assunto.

 

Sábado pela manhã, um jornalista da SIC aproximou-se de mim para me fazer uma entrevista, em directo, sobre a distribuição de rolhas. Ao final do dia todas as televisões presentes já me tinham entrevistado (O Mr. Simon não foi doido o suficiente para se meter nisto ;-)), várias rádios já o tinham feito e muitos jornais online tinham pegado na notícia feita pela LUSA.

 

Figuras importantes do partido tinham sido obrigadas pelos jornalistas a falar sobre o assunto e os comentadores políticos presentes estavam também a debater o assunto.

 

O objectivo de trazer a lei da rolha para o congresso estava cumprido.

 

Metodologia

 

Não existe um segredo ou uma fórmula para o que aconteceu em Carcavelos mas alguns pontos deverão ser tomados em conta:

 

  1. Conhecer o público alvo: Entregar uma rolha a um elemento anónimo do partido ou a um dirigente (ou cara conhecida) faz toda a diferença. Procurar aqueles que contam e fazer deles o alvo faz toda a diferença.
  2. Ser específico no objectivo: Esta acção em particular tinha a ver com a liberdade de expressão e nada mais. Focar o discurso no assunto principal e não deixar que o mesmo se disperse é fundamental.
  3. Ser provocador (mas não mal educado): Alguns comentários foram feitos devido aos sorrisos que aparecem nas reportagens de televisão. A verdade é que ninguém gosta de um bully (muito menos um com aspecto de skinhead, certo Nogueira Leite?) Não ser intrusivo e não interromper (regras básicas da boa educação) é fundamental. Esperar o momento certo e avançar é o segredo. Sorrir também não faz mal nenhum.
  4. Ter a atenção dos media: O facto de os jornalistas terem primeiro recebido uma rolha antes que os membros do partido não foi um acaso (nem uma tentativa de manipulação antes que alguém salte em cima). O teaser para esta acção tinha sido lançado no Twitter e no Facebook no dia anterior ao início do congreso através desta foto.
  5. Usar as redes sociais: Por cada rolha que foi entregue foi enviado um tweet a anunciar a entrega. Esses tweets no entanto ficaram diluídos na mesma hashtag usada para o congresso (#psd2010) pelo que uma das lições a tirar é sem dúvida usar uma hashtag só para a acção que se está a fazer. Neste caso #rolha seria o ideal.

 

Em baixo fica um dos clips sobre esta acção. No canal do YouTube do "31 da Sarrafada" podem ser vistos os restantes clips que foram possíveis gravar pelo Franklin Ferrer, a quem quero agradecer publicamente pela ajuda.

 

Um agradecimento também à Sara Marques e ao Luciano Alvarez pelo apoio quer em Mafra quer em Carcavelos.

 

 

 

 

Publicação bílingue

12
Abr10

Conclusões do Congresso Parte IV

FF

Aparentemente parece que é necessário escrever um texto, com pelo menos 4500 caracteres, para que um blog seja sério. Digo aparentemente porque me foi dito que um dos bloggers presentes no Congresso de Carcavelos opinou que o "31 da Sarrafada não é bem um blogue".

 

Se estás a ler este post, este post é para ti.

 

Conclusões sobre o Congresso do PSD por um gajo que gosta de política

 

1. Um partido que quer ser alternativa credível ao poder não pode ser tão desorganizado internamente


Numa empresa privada quem não cumpre horários é penalizado por isso. Quem não respeita as regras aceites por contracto é penalizado por isso. Não se percebe a falta de respeito que os membros do PSD têm pelos próprios membros do PSD no que diz respeito aos horários. Não houve um único dia em que os trabalhos tenham começado a horas.

 

2. Um partido que quer ser alternativa ao poder não pode esbanjar dinheiro nem recursos


Este congresso na mão de privados fazia-se num dia. Mesmo! O resto podia fazer-se usando o Facebook, o Skype, o Ning, o Twitter e o tradicional e-mail.

 

3. A União de Fachada


Não me batam já. Não vou usar o número de listas que se apresentaram para fazer valer o meu ponto de vista. O Rodrigo Saraiva foi amável, e paciente o suficiente, para me explicar que as listas que foram apresentadas nada tinham de extraordinário e o Carlos Ferreira também me deu um insight precioso sobre o PSD real.

 

Não é por aí. Esta união que Passos Coelho conseguiu dentro do PSD não é devida a nenhuma união real mas sim ao facto de que a fragmentação conseguida habilmente por Passos Coelho e a sua equipa não dará azo, no futuro mais próximo, para que alguém avance. Mesmo que alguém queira avançar não haverá ninguém para o seguir devido a esta fragmentação profunda.  Esta é uma das razões. A outra razão para esta união, com a mesma ordem de importância, é a de  que Passos Coelho é uma alternativa credível a José Sócrates aos olhos deste PSD. "Já temos o nosso Sócrates" foi uma frase que ouvi de um delegado que estava em Carcavelos. O PSD quer o poder a todo o custo nem que seja com um "Sócrates".

 

Esta união à volta de Passos Coelho, conseguida ao convidar os seus rivais para o seio da nova estrutura do PSD, pode funcionar para fora e ao mais alto nível do partido, mas será complicada, para não dizer impossível, de conseguir ao nível das estruturas locais. Existem demasiadas feridas abertas, demasiados rancores, demasiadas contas a ajustar e as facas já estarão a ser afiadas há algumas semanas muito especialmente por aqueles que voltaram agora ao partido, depois de uma longa travessia no deserto.

 

4. O longo caminho do PSD até ao poder

 

Passos Coelho tem aquilo que poderia ser considerado uma desvantagem mas que, nas actuais circunstâncias é uma vantagem: não é deputado. A sua imagem, se bem gerida, não será desgastada pela vida parlamentar e isso é uma vantagem. Se estivesse no Parlamento seria um alvo demasiado fácil para a máquina bicéfala,  e bem afinada,  constituída pelo Grupo Parlamentar do PS/Governo. A sua falta de experiência política a nível governamental e/ou parlamentar será, com toda a probabilidade, a arma de arremesso que será mais usada contra o novo dirigente do PSD.

 

Passos Coelho disse, no encontro com os bloggers, que "só por um milagre da ciência política este governo duraria 4 anos". O que é certo é que Sócrates não irá abdicar do poder, mesmo que no PS já se procurem alternativas internas. Nem Passos Coelho, nem ninguém no seu perfeito juízo, quereria ir para o poder com o PS em guerra interna. Os anos de poder deste PS criaram inimigos internos  e se/quando Sócrates cair o PS ficará em estado de sítio o que não é positivo para o PSD,  pois isso significa que o eleitorado do PS poderá fugir para a esquerda. As eleições presidenciais serão um momento chave quer para Passos Coelho quer para Sócrates. E note-se, que neste momento, o PS ainda não tem candidato.

 

Passos Coelho terá que a aproveitar este tempo para meter na ordem o seu grupo parlamentar (não, aquela conversa de "O PSD não é meu" não me convenceu de todo) e demonstrar, através do trabalho real dos deputados que o partido tem uma dinâmica de mudança e que este novo PSD é uma alternativa credível. Essa tarefa, neste momento, é quase a mesma do que convencer quem quer que seja que a Briosa ainda vai ser campeã nacional nesta época. Manuela Ferreira Leite deixou estragos profundos, Rangel na Europa não ajudou  e Aguiar Branco estava demasiado escravo da anterior direcção.

 

O apoio do PSD a Cavaco Silva é a primeira das muitas cedências que Pedro Passos Coelho terá que fazer no seu caminho se quer chegar a São Bento. Pelo caminho terá que recuperar os que votaram no CDS, desiludidos pelo liderança de MFL, e Portas já demonstrou, por diversas vezes, uma habilidade política invejável que talvez lhe permita escapar ileso ao caso dos submarinos.

 

Acima de tudo, Passos Coelho, necessita de arrumar a casa, formar uma equipa e fazer no País aquilo que fez durante anos dentro do PSD. E é por isso, e apenas por isso, que não tem pressa.

 


 


12
Abr10

Carta aberta a Fernando Seara

FF

Fernando Seara recebeu uma rolha. Fernando Seara não gostou. Fernando Seara imediatamente anunciou, para quem o quisesse ouvir que iria entregar aquela rolha "ao Liedson na terça-feira (..) que o 31 era o levezinho (...)" numa tentativa, acho, de ignorar a verdadeira questão.

 

Ontem, ao ver Carlos Carreiras com a garrafa que lhe oferecemos pelo fair play que demonstrou em toda esta questão, aos conselhos que nos deu (que de nós esperava não só a rolha mas o saca rolhas também) e mesmo dos elogios que teceu à iniciativa do  "31 da Sarrafada" em directo para o Rádio Clube Português,  Fernando Seara questionou-me porque razão não tinha ele também direito a uma garrafa. Respondi-lhe que não tinha demonstrado o fair play necessário para receber o prémio.

 

Ficou irritado e desafiou-me a explicar-lhe o que era o fair-play com a frase: "Ainda tem que me explicar o que é que é o fair play, para si!!".

 

Pois aqui vai:

 

Fair Play: the act or fact of abiding by the rules as in sports or games; fairness and honor in dealing with competitors, customers, etc.

 

Fair Play Aplicado ao Congresso do PSD e à rolha: respeitar o adversário, especialmente quando ele lhe marca um golo quando está a jogar em casa; não meter a cabeça na areia, não usar esse poder aparentemente de figura pública para tentar menosprezar os factos.

 

Como lhe tive oportunidade de dizer para mim o "31", no que diz respeito ao futebol nem sequer existe pois sou, e sempre fui, um adepto do Chelsea FC.

 

Fair play, caro Fernando Seara, seria aceitar a rolha (como Carlos Carreiras, Miguel Relvas e Pedro Passos Coelho entre outros o fizeram) e sorrir; seria agradecer mas declinar a oferta (como errr.... ooops, nenhuma figura de destaque do PSD rejeitou a rolha assim que tenho que mencionar a Marta Rebelo do PS que a declinou); seria não se levar tão a sério e perceber que matar o mensageiro é sempre uma péssima opção.

 

12
Abr10

O Prémio "Fair Play da Rolha"

FF

 

 


Chama-se Carlos Carreiras, é o Presidente da Distrital de Lisboa, apoiante de Passos Coelho e vice-presidente da C.M. de Cascais. Recebeu ontem o prémio "Fair Play da Rolha" no Congresso do PSD em Carcavelos, pela boa disposição, sentido de humor e abertura para o diálogo. Miguel Relvas ficou em segundo lugar.


Foto gentilmente cedida por Paulo Henriques.

11
Abr10

Afinal isto das rolhas não nos correu bem

31 da Sarrafada

 

Pela foto (da autoria de  Luciano Alvarez enviado especial do Público ao Congresso Laranja) podia parecer que sim, que tinha sido um sucesso. Porém, o facto de Manuela Ferreira Leite se ter antecipado ao nosso "homem das rolhas" e ter metido uma rolha antes de vir para Carcavelos, e que não retirou até se ir embora, faz desta iniciativa um grande falhanço. Pelo facto pedimos desculpas.

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