o tasco da democracia, parte 2 e 1/5
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Ao Parlamento surge, amiúde, associado o pomposo epíteto de "Casa da Democracia".
Ali se decidem os desígnios de uma Nação; ali se degladiam verbalmente os melhores dentre os melhores, eleitos pelo Povo; ali reside o garante de que, o cidadão pode dormir descansado, enquanto animal gregário.
Ou não.
Ainda que o meu "estado de alma", de momento, seja aquele que, cientificamente, se pode designar como "já-dei-pró-peditório", não consigo deixar de me indignar com atitudes como esta do "Manso é a tua tia, pá!". E é aquela indignação mesmo vinda das entranhas e que não consigo reprimir!(a ponto de ter de postar...)
Não é a expressão em si: deselegante q.b., mas longe de motivar rubores ou comichões. É a atitude. É o princípio. Ou melhor: é a falta deles.
Obviamente, todos percebemos que Francisco Louça usou aquele "manso" de uma forma suficientemente plurissignificativa, para sabermos que encapotava muito mais um "boi que não investe" que um "cidadão que aparenta calma". Esteve mal porque, goste-se ou não, este é o Primeiro Ministro que temos, e até que as armas ou a lei o deponham, respeita-se o escrutínio. Esteve pior José Sócrates, que mordeu o isco mais que duvidoso de Louçã, não só explicitando o significado mais prosaico do adjectivo, como assumindo a ofensa, demonstrando imediatamente que afinal ainda sabe investir.
Estou farta desta democracia. Estou farta deste sistema de organização civilizacional em que a oposição diz que o chefe já não marra e este responde que ainda tem muito corno. Estou farta de ministros que fazem corninhos com os dedos e de deputados que mandam os seus pares "pró caralho". Tudo isso é de gosto duvidoso, mas admissível à mesa do café, na jogatana de poker, ao balcão da cervejaria. Na "Casa da Democracia", não. Ou então, chamem-lhe outra coisa qualquer. Ou melhor: escondam a "Casa da Democracia" dos olhos do cidadão comum. Para nós podermos continuar a fingir que ainda a respeitamos...
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