Coisas que me preocupam...
Com esta história toda das Fugas e do wikileaks, querem ver que o Santana Lopes é que tinha razão???
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Com esta história toda das Fugas e do wikileaks, querem ver que o Santana Lopes é que tinha razão???
Nada que não se estivesse à espera. Como uma imagem vale mais do que mil palavras aqui fica a história.
1 - 23.09.2010 12:53h
2 - 23.09.2010 17:00h
3 - 23.09.2010 18:09h
A JSD fez um outdoor, ou cartaz, e anunciou no seu mural do Facebook que o 31 da Armada lhe tinha dado destaque. Como acreditei que a JSD Nacional era uma formação política onde o pensamento individual era apreciado e onde o debate de ideias - mesmo que contrárias e vindas de alguém que não pertence à JSD ou ao PSD - era visto com naturalidade.
Depois de ter escrito este post
1. coloquei a informação sobre o mesmo no mural da JSD Nacional
2. O post mereceu até comentário positivo de alguém da JSD (?)
3. O post foi retirado, juntamente com o comentário lá deixado, pelos responsáveis da página.
Esta atitude tem algumas semelhanças com o que aconteceu com Mário Crespo e que deu origem à célebre Manif-AR: Para os organizadores da mesma, ligados ao PSD e à JSD, não interessava que a crónica de Mário Crespo estivesse publicada por tudo o que era órgão de comunicação social, blogs, etc. Não, o que interessava era que a crónica não tinha sido publicada no Jornal de Notícias.
Espera-se, a bem da coerência, uma atitude idêntica contra a JSD e os seus dirigentes. E desta vez levamos nós o Megafone.
Gosto quando me provocam nem que seja de forma indirecta. Faz com que me apeteça escrever de novo, coisa que nestes últimos tempos não me tem apetecido devido a várias razões, uma delas o calor que se faz sentir.
Diz o Pedro Machado que é uma hipocrisia atacar a lei da rolha e não atacar a expulsão dos 200 militantes do PS. Sendo que o Pedro Machado é por demais conhecido por empregar palavras sem saber o que elas significam a afirmação não surpreende mas, e numa perspectiva de serviço público, passo a explicar porque é que, no meu entender, a Lei da Rolha e o "Caso dos 200" não têm semelhanças.
Para isso vou utilizar um exemplo simples para que o Pedro Machado consiga compreender (desculpem os restantes leitores do Sarrafada mas por vezes é necessário descer ao (baixíssimo) nível intelectual daqueles que nos provocam).
A "Lei da Rolha" que (ainda) existe no PSD pode ser comparada a um fulano que é sócio de um clube de futebol, que tem as quotas em dia, que vai aos jogos todos e berra que nem um camelo e que apoia a equipa nos bons e nos maus momentos mas que é contra algumas decisões da direcção do clube e faz oposição interna. Devido a isto é expulso do clube e nunca mais o deixam entrar no estádio. Isto, do ponto de vista da liberdade de expressão, é errado e condenável pois a liberdade de expressão não deve ser cerceada nunca.
No "Caso dos 200", do qual Narciso Miranda é a face mais visível devido a uns media sedentos de notícias e sangue durante esta silly season, não é a liberdade de expressão DENTRO do clube de futebol que está em causa.
O caso daqueles militantes assemelha-se a uns fulanos que pagam as quotas do clube, para aproveitar as viagens mais baratas quando o clube se desloca ao estrangeiro, e depois quando lá chegam torcem pelo adversário.
Obviamente deveriam ser expulsos pois quando se entra num clube aceitam-se as regras, sendo uma delas, não irás apoiar o clube adversário. Isto nada tem a ver com liberdade de expressão mas sim com aceitar as regras quando se está dentro de uma organização seja ela de que cariz for. Quando se tira a carta aceitam-se as regras estabelecidas no código da estrada ou não? E quem as não cumpre fica sem cartam certo? Não se percebe porque razão deveria ser diferente.
Aliás, o único erro da direcção do PS foi não ter expulso aqueles militantes de imediato e deixar passar tanto tempo até anunciar a decisão.
Mas o calculismo eleitoral fala (sempre) mais alto, infelizmente.
PS: Pedro Machado, quanto ao pão e ao sal estamos plenamente de acordo.
Background
No passado dia 14 de Março, o PSD reunido em congresso em Mafra, aprovou no seu último dia de trabalhos, uma cláusula nos seus estatutos que limitava a liberdade de expressão dos membros do partido, 60 dias antes de qualquer acto eleitoral em que o partido estivesse envolvido. Esta liberdade de expressão foi limitada por proibir qualquer crítica à direcção do partido e seus dirigentes, sendo que uma das penalizações previstas era a de expulsão.
Assim que terminou o congresso de Mafra, os principais candidatos a novos dirigentes do partido vieram a público dizer que a lei não fazia sentido e que se teria que ratificar assim que possível. O facto é que a lei estava aprovada e que limitava a liberdade de expressão dentro de um partido democrático. A lei foi imediatamente tratada como a "Lei da Rolha" quer pelos jornalistas quer por membros do PSD.
No mesmo congresso em Mafra, o PSD reverteu aquilo que era já uma prática comum e não deu acreditação a bloggers (escusando-se na falta de espaço). Dois membros deste blogue deslocaram-se mesmo assim a Mafra, apesar de não termos acreditação, e reportámos via twitter aquilo que estava a acontecer e a que íamos tendo acesso. Após 10h de contactos e de alguma pressão bem humorada junto das diferentes candidaturas conseguimos finalmente entrar no congresso com acreditações fornecidas por elementos das duas candidaturas.
Quer o bloqueio aos blogues quer a nossa experiência para entrar no congresso do PSD em Mafra foram na altura relatadas pelo Público e pela TVI Online. No final do congresso os dois elementos deste blogue tinham produzido mais tweets sobre o congresso do que qualquer outra pessoa, mesmo os que estavam no interior do congresso.
O Caso da Rolha
No passado fim-de-semana o PSD esteve novamente reunido em Congresso, desta vez para aclamar o novo líder Pedro Passos Coelho. A "Lei da Rolha" tinha ficado fora do Congresso, não ia ser discutida e o sentimento geral era o de quanto menos se falasse na lei melhor seria.
A liberdade de expressão, em todas as suas formas é algo que me interessa pessoalmente e, mesmo que pense que em Portugal a liberdade de expressão existe, penso que uma lei destas em qualquer partido que se diz democrático não faz sentido. Penso que a cidadania passa por chamar a atenção, na medida das possibilidades de cada um para estes assuntos. Foi por isso mesmo que decidi levar a rolha, literalmente para o congresso. Durante as férias da Páscoa colocaram-se os sobrinhos a pintar o número 31 em 100 rolhas (uma perdeu-se mesmo e continuo a desconfiar do cachorro) e levei-as para Carcavelos. De notar que para este congresso os bloggers receberam uma acreditação equiparada à de jornalistas e que as condições de trabalho foram excelentes.
No primeiro dia de Congresso comecei por dar rolhas aos jornalistas que ia encontrado bem como a caras conhecidas do partido e explicar-lhes o porquê da oferta. Alguns aceitaram-na com um sorriso, alguns aceitaram-na porque pensaram que não a poderiam recusar e outros aceitaram-na reconhecendo imediatamente o simbolismo da mesma. O caso de Miguel Relvas que se desatou a rir quando lhe entreguei a rolha e depois a mostrou aos jornalistas da SIC, minutos antes de entrar em directo, é exemplo disso.
Por esta altura já o Público e a TVI online tinham referido que se distribuíam rolhas em Carcavelos.
Quando se combina um evento político, que está no mínimo morno, com os media que precisam de notícias, o resultado é uma fórmula vencedora
para quando se quer chamar a atenção para um determinado assunto.
Sábado pela manhã, um jornalista da SIC aproximou-se de mim para me fazer uma entrevista, em directo, sobre a distribuição de rolhas. Ao final do dia todas as televisões presentes já me tinham entrevistado (O Mr. Simon não foi doido o suficiente para se meter nisto ;-)), várias rádios já o tinham feito e muitos jornais online tinham pegado na notícia feita pela LUSA.
Figuras importantes do partido tinham sido obrigadas pelos jornalistas a falar sobre o assunto e os comentadores políticos presentes estavam também a debater o assunto.
O objectivo de trazer a lei da rolha para o congresso estava cumprido.
Metodologia
Não existe um segredo ou uma fórmula para o que aconteceu em Carcavelos mas alguns pontos deverão ser tomados em conta:
Em baixo fica um dos clips sobre esta acção. No canal do YouTube do "31 da Sarrafada" podem ser vistos os restantes clips que foram possíveis gravar pelo Franklin Ferrer, a quem quero agradecer publicamente pela ajuda.
Um agradecimento também à Sara Marques e ao Luciano Alvarez pelo apoio quer em Mafra quer em Carcavelos.
Cork for the Portugal Pavilion at the ExpoShanghai
Ontem Mafra, hoje Carcavelos e Shangai, amanhã o Mundo e a Kapital.
Aqui no "31 da Sarrafada" não gostamos de rolhas. A única boa rolha é uma rolha que já foi perfurada por um saca-rolhas para ser esquecida para sempre. O blackout imposto aos militantes do PSD é inadmissível ainda por cima porque foi aprovado por delegados inimputáveis que estavam cheios de fome, cansados e com saudades da sua terra.
Posto isto, o "31 da Sarrafada" lança hoje o serviço "Que Se Lixe a Rolha!". Qualquer militante do PSD que queira dizer mal da Direcção do partido (e há tanta coisa má para dizer) basta enviar um mail para queselixearolha [@] sapo.pt que nós publicaremos a sua queixa. Gratuitamente!!
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