#Presidenciais Ainda sobre o pseudodiscurso de vitória
* De alguma maneira, em algum lugar, alguém vai ter que pagar
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* De alguma maneira, em algum lugar, alguém vai ter que pagar
Mesmo que sejam pouco mais que uma centena, como hoje em Famalicão e na Póvoa do Varzim, sobe para cima do carro. Passa a imagem, para as televisões e perante os jornalistas mansos amorfos, do candidato submerso numa maré de povo. E assim se cria uma maré-cheia. É dos livros.
Desde Nuremberga em 1934 que já foi tudo inventado.
(Imagem)
(Em stereo)
Podiam levar o candidato Cavaco Silva ao programa de falar com os mortos para ver se algum ente querido lhe diz onde está a escritura da casa.
(Na imagem “Phantom of the corridor, the chilling power of a ghostly figure” via Getty Images)
O homem que nunca se engana e que raramente tem dúvidas passou 5 anos do mandato a promulgar diplomas da Assembleia da República com… muitas dúvidas.
By the way, dizer que o “pai do monstro” e da qualidade de vida dos professores e da Fenprof é contra o Estado Social só pode ser ironia…
(Em stereo)
José Nuno Martins, no “27 Mil Dias De Rádio” da Antena 1, recupera uma Conversa em Família em que Marcello Caetano, por alturas do Natal, pisca o olho às remessas dos emigrantes.
«Cavaco apela a emigrantes para que ajudem Portugal a ultrapassar crise»
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(Em stereo)
E depois da cerimónia e da noiva lançar o bouquet para a assistência e de cortado o bolo, os noivos tornam ao abrigo e o “padrinho” ao Palácio e os convidados ao seu habitat “natural” e a vida de cada um segue o seu curso normal e assim se folheou mais uma página negra da baixa política portuguesa e do vale tudo. Este homem é perigoso.
(Em stereo)
(Imagem)
«As palavras de Cavaco Silva foram proferidas (…) no Casino do Estoril (…)»
Vai ser preciso esperar que a Wikileaks publique um cable a dar conta que o Banco Alimentar Contra A Fome surgiu em Portugal era Cavaco Silva primeiro-ministro, para que os jornalistas o confrontem quando vier com ar grave com conversa da treta?
(Imagem “Roulette Wheels Seized In Raid” via Chicago Tribune)
(Em stereo)
Tive eu um daqueles momentos de luminosidade ideológica, quando percebemos a chamada 'big picture', ou simplesmente um momento de paragem cerebral idiótica, e apercebi-me da importância que realmente pode ter a próxima eleição presidencial.
Imaginemos por momentos - ainda que para muitos tal fosse bom demais de acontecer - que Cavaco Silva não consegue garantir a reeleição para o cargo de Presidente da República. Chocante? Talvez. Afinal era só a primeira vez que tal acontecia em Belém depois do 25 de Abril. E se recuarmos ainda mais, talvez tenhamos que andar muitos mais anos para descobrir algo parecido.
Imagine-se, de novo, as primeiras páginas, as aberturas dos telejornais e os directos jornalisticamente histéricos que haveria na noite da contagem dos votos. E não haveria razão para menos. Os portugueses perguntar-se-iam como, afinal é que tal tinha sido possível? Nós, de tão brandos costumes, não conseguimos eleger um Presidente por dois mandatos seguidos? Afinal que raio de povo somos nós? Talvez, então, as pessoas pudessem perceber que, afinal votar faz toda a diferença. Seria com um simples voto que tal teria sucedido. Talvez, então, as pessoas pudessem perceber, de uma vez por todas, que afinal, pode-se contribuir para que as coisas não fiquem como sempre. Há poder para mudar. Milagre Um de Cavaco.
As pessoas tomariam consciência que podem, de facto, mudar o rumo das coisas. Começam a estar mais atentas e a deixar de serem socialmente amorfas. Olham para as notícias de outra maneira. Vêm os franceses parar o país por causa do governo querer aumentar a idade da reforma para os 62 e pensam: «É pá, mas nós já temos que marchar até aos 65! Onde é que eu estava com a cabeça quando isso foi aprovado pelo meu governo? Porra, pá! Nem um pneuzito queimei em sinal de protesto! Querem IVA a 23%? Esperem lá que eu tenho ali aquele colchão velho da sogra para deitar fora, vou já dizer-te como ele fica tão bem no meio da SCUT...». É preciso que as pessoas andem atentas à realidade que as rodeiam. Milagre Dois de Cavaco
Sempre ouvi dizer, ainda que grosseiramente dito, que quem não chora, não mama. O povo começava a perceber que protestar, a sério, pode resolver a questão. Afinal, 120 mil professores a marchar pela Avenida da Liberdade a dizer, em conjunto, que não gostam da ministra, pode não ser imediatamente perceptível, mas a verdade é que esses mesmos professores continuam a dar aulas e a ministra... já não o é. Protestar e dizer que não se concorda, pode dar resultado. Se não houver protesto é que não dá resultado mesmo. Milagre Três de Cavaco.
O voto é só uma forma de protesto.
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