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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

08
Dez10

Quem são os hackers?

FF

 

 

Nos últimos dias, e devido ao caso WikiLeaks e Cablegate, muito se tem lido que "os hackers fizeram isto", "os hackers fizeram aquilo", mandaram um banco Suíço abaixo, mandaram a Mastercard abaixo, etc.

 

Mas afinal quem são estes hackers?

 

 

Os hackers responsáveis pelos recentes ataques aos sites de empresas que de algum modo romperam as relações comerciais com a WikiLeaks são milhões de utilizadores da Internet, espalhados por todo o mundo e que são, na sua maioria frequentadores de um site de seu nome 4Chan.

 

Com um interface tenebroso, de uma complexidade estrutural que muitos poucos sites na Internet se podem gabar de ter, o 4Chan é a sala de estar de milhões de adolescentes que partilham tudo o que agarram na Internet.

 

Mas o 4Chan é mais do que um forum para adolescentes, o 4Chan é um corpo orgânico que se define enquanto entidade como "Anon" - que é a abreviatura de Anónimo - e que consegue mobilizar uma massa de gente que funciona como uma pessoa apenas.

 

Quando um website entra em confronto com um membro do 4Chan entra em confronto com milhões  de pessoas e ninguém os pode parar.

 

Estes são os  hackers, adolescentes que querem participar e pertencer a um grupo que consegue - sempre que quer - estar nas capas dos jornais de todo o mundo mas isso não lhes interessa. O que eles querem é ser parte de alguma coisa.  Dentro do 4Chan, existem instruções e pequenos programas que permitem a qualquer pessoa participar num ataque de "Denial of Service" (DoS) a um determinado site ou estrutura de sites. O espírito de missão, a alegria da missão cumprida, o companheirismo - valores que se perderam para muitos na vida offline - fazem do 4Chan um recreio do tamanho do mundo para milhões de adolescentes.

 

Quem são afinal os hackers? Os hackers são os vossos filhos.

 

Imagem:"My Little Linux Hacker"  AttributionNoncommercialShare Alike Alguns direitos reservados por jaffry, grace and eliza

06
Dez10

Oh Afonso desculpa lá, mas... (ainda sobre a WikiLeaks)

FF

 

 

"nota: tenho notado que, mais uma vez e nestas questões, é preciso relembrar a definição de argumentum ad hominem se aplica a todas as partes e costuma desclassificar quem a ele recorre."

 

O membro do "31 da Armada" e do "Albergue Espanhol" que mais uso faz do argumentum ad hominen vem a terreiro falar sobre a Wikileaks. Pelos vistos o argumentum ad hominem pode ser usado  para umas questões e para outras não. E quem decide é o Afonso. Para onde mando o requerimento?

 

Depreendo pelo teu post  - e corrige-me Afonso se estiver errado - que és daqueles que acredita que Guantanamo é essencial para a segurança do planeta; que as violações das convenções de Genebra são essenciais para a segurança do planeta; que os abusos feitos em prisões Iraquianas são essenciais para manter a segurança no planeta. Eu não acredito nisso, tal como não acredito que um massacre de inocentes traga seja o que ford de positivo não olhando a quem o faz ou não. Pura e simplesmente está errado.

 

Eu penso que o que é um local estratégico de segurança para os Estados Unidos não o é, imediatamente, para o resto do mundo. E isto não é ser anti-americano. É apenas pensar pela minha cabeça e achar que, tal como todos os países, os Estados Unidos têm coisas fantásticas e depois têm outras péssimas.

 

Ainda está por provar, Afonso, além das demissões que têm sido anunciadas directamente ligadas ao "Cablegate", que efeitos nefastos na segurança mundial pode a revelação destes documentos ter trazer. As responsabilidades políticas que estão a ser tiradas advêm não de uma coisa muito simples: foram cometidos erros gravíssimos e quem os cometeu terá que assumir responsabilidades.

 

Penso que continuar a  discussão centrada no argumentum ad hominem contra o Julian Assange em vez de olhar para os factos é errado também, e por isso acho que o Luís Naves esteve completamente ao lado na sua análise.

 

Ou os factos só interessam quando é para atacar o Governo?

 

PS: Afonso, faltou-te colocar um link nos hackers. Estás a vontade para apontar para o meu blog http://wikileaks.thezargon.org

 

Imagem: "Justice" Statue at the Elks National Memorial - Chicago sob uma licença Creative Commons por TRAFFIK [US]

05
Dez10

Da estupidez

FF

De resto, isto mostra a política no seu esplendor. Não sabemos nada sobre a fonte de informação nem sobre os financiamentos da Wikileaks. Sobre Julian Assange ou sobre quem o ajuda. A diplomacia americana sofreu os efeitos de um devastador Katrina. Nunca mais será a mesma e levará anos para se reerguer. Estão afectadas as relações com dezenas de países, queimadas fontes de informação e até prejudicados aliados e amigos. Os interesses americanos foram profundamente afectados. Jose Luis Zapatero e Silvio Berlusconi saem humilhados, Hamid Karzai ou Vladimir Putin são arrasados. Isto, em apenas uma semana, pois faltam 249 mil documentos. A internet vai perder brevemente as liberdades de que ainda dispõe.

 

 

 

O tudólogo Luís Naves escreve no Albergue este chorrilho de disparates sem sequer parar para respirar e ao fazê-lo tenta lançar a suspeição sobre o fundador da WikiLeaks, Julian Assange.  A táctica é bem conhecida e tem sido aplicada pelo spin norte-americano nos últimos dias.

 

Não sabe nada sobre os financiamentos da WikiLeaks? Eu explico, Luís: a WikiLeaks é financiada pela comunidade de activistas e hackers que existem por esse mundo fora, a mesma que recolheu $200000 quase de um dia para o outro para financiar o projecto diaspora*.

 

 

Não sabe quem é Julian Assange? Eu explico, Luís: Julian Assange é alguém que através do seu modus operandi conseguiu que as pessoas que acham que algo está muito mal dentro das organizações onde trabalham, confiassem nele para ele colocar no domínio público informações que provam, sem lugar para dúvidas, as mentiras que se andaram a contar à opinião pública.

 

O Luís, no seu post, como tudólogo que é, está todo preocupado com os interesses Americanos, com Zapatero, com Berlusconi, com Karzai, com Putin. Nem uma referência a Sócrates ou a Luís Amado até é de espantar. Está preocupado com tudo, menos com a verdade.

 

Na sua imensa sabedoria, ao Luís Naves escapa-lhe apenas um pormenor, devido ao vento que se faz sentir por certo: Se os dirigentes mundiais não tivessem feito o que fizeram não teriam nada a temer. Fizeram-no a coberto da impunidade que acharam que tinham e tiveram azar pois a informação foi passada a Julian Assange que teve a coragem de a colocar em domínio público.

 

Luís Naves diz que ainda não viu ninguém olhar para isto do ponto de vista de Hillary ou de Obama. Eu também ainda não vi ninguém por cá a denunciar os ataques aos servidores da WikiLeaks por parte do governo norte-americano. Aparentemente cada um fala do que quer o que para o Luís Naves deve ser uma chatice mas é um dos princípios fundamentais da Internet: a liberdade de expressão.

 

Por último Luís Naves diz que a Internet vai perder as liberdades de que ainda dispõe. Não sabia que o tudólogo Luís Naves andava metido nas negociações do ACTA e da Neutralidade da Internet. O argumento que apresenta, a ameaça é em tudo similar à do Departamento de Estado Norte Americano que mandou as Universidades Americanas avisarem os seus alunos que falarem do caso Wikileaks e CableGate no Twitter ou no Facebook poderia ser prejudicial para o seu futuro: é a política da ameaça e do medo. E eu digo-lhe Luís Naves: Assim não!!

 

 

Imagem: "A Donkey for Lisa"  AttributionNoncommercialShare Alike Alguns direitos reservados por Zanthia

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