Fica ou não fica?
Deve haver mais por detrás desta questão mas o essencial que veio a público foi:
O Estado e alguns parceiros da área do audiovisual criaram um fundo de investimento para financiar projectos de cinema e televisão.
Entregaram a gestão do fundo à ESAF do grupo Espírito Santo e nomearam Teresa Felix como responsável.
Logo nos primeiros tempos, o Estado falhou nos pagamentos que lhe cabiam.
O fundo ficou paralizado.
O Estado decide mudar de fundo de investimento alocando as responsabilidades à ESAF, apesar de não ter cumprido a sua parte.
Entretanto, o grupo de artistas do costume, já andava a rezar pela pele do fundo.
Cheirava-lhes a dinheiro desviado para produções de cariz mais popular que não lhes seria entregue para que pudessem manter a tradição de filmes muito aplaudidos em festivais e vistos por meia dúzia de maduros. Vai daí toca de escrever mais um manifesto dramático onde as expressões "catástrofe", "apocalipse" e "ai mãezinha que me fino" são repetidas vezes sem conta.
A visão é esta: o mundo está dividido em dois. Nós, os iluminados que gostamos de cinema, e o resto do mundo, as trevas onde se comem pipocas e se sorve refrigerante gaseificado.
Por outro lado, o FICA pôs-se a jeito com algumas apostas que, valha-nos Deus, eram tão más que até o Ed Wood as rejeitava.
E aqui vamos nós. De incompetência em incompetência, o cinema português continua a ter das quotas de mercado mais baixas da União Europeia (piores que nós acho que estão apenas a Bulgária e o Caramelistão).
Publicado em estéreo porque eu não sou menos que os outros.