Ele há os cidadãos... e os outros!
Do discurso do nosso bem-amado Presidente, ficou-se-me no cérebro uma frase: porque fala directamente de mim, mas não sei bem em que qualidade...
"Temos a obrigação de defender o regime democrático, a nossa economia e o bem-estar dos cidadãos e das suas famílias."
Vai daí, tou-me pràqui a cogitar (adoro usar palavras caras pra fingir que sou uma intelectual assim tipo Doutor Pacheco Pereira), tou a cogitar, dizia eu, sobre o meu estatuto: sendo eu portuguesa - nada e criada neste rectângulo à beira-mar quase-afundado - , farei parte da categoria cidadão, ou da categoria familiar de cidadão?
E a pertencer à categoria familiar de cidadão: sou familiar do meu marido, o Arnaldo Serôdio? ou da minha filha, a Cèlinha Rosiva Serôdio??? ou ainda da Lizandra, minha irmã mais velha e, por assim dizer, a chefa da família desde que Mãe Máxima se foi por força da idade? ou ainda, de um ponto de vista um 'cadinho mais marialva, serei familiar do mano Hipólito - o irmão rapaz mais velho, embora o terceiro a nascer?
Ou seja: daqui até às eleições, em vez de me preocupar a analisar os programas dos partidos, ouvir aqueles debates chatos-de-partir-pedra nas TVs, vou estar ocupadíssima a tentar perceber qual é, afinal, o meu papel neste cosmos...
Parafraseando o Doutor Pacheco no seu maravilhoso programa de humor "Ponto Contra Ponto" isto sim, é verdadeira Dinamite Cerebral!
E disse!
P.S. Pra quem não viu/ouviu o discurso de Sua Excelência o Senhor Presidente da República Professor Aníbal Cavaco Silva, fica o linquezinho.