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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

07
Out10

Coesão dentro dos partidos? Certo...

Catarina Campos

Isto dos posts políticoisos é como as cerejas, uma pessoa começa e depois nunca mais consegue parar. Vá, desta poupo as minhas leitoras e não publico em stereo. É que a políticoisa, para mim, é assim como era a tapeçaria, o ponto cruz e o crochet para as avós: distrai e é igualmente inútil; quem não tem cinquenta paninhos bordados, a amarelarem na gaveta, que meta o dedo no ar. Lá vou tricotar mais um postal que há-de ficar amarelento nesta gavetinha virtual. E nem cá volto para o linkar e dizer "como eu já tinha dito no dia 7 de Outubro de 2010" que essa auto-flagelação deixo para os pseudo-pro bloggers, que cá chegaram ontem e daqui a nada hão-de ir embora, quando perceberem que isto da escrita é apenas um fim, não um meio.

 

Siga. A verdade é que a políticoisa nacional anda animadíssima e se ontem deu à costa (assim a modos que meio náufrago mas aposto que já com ratos à boleia)  uma nova esperança socialista, hoje abriu-se o baú das recordações sociais-democratas. Já se tirava a chave a Pacheco Pereira, que anda sempre com uma MFL na manga e volta e meia, puxa da dita, que não se faz rogada. E lá saltou a senhora para a primeira página dos jornais (online, que actualizam mais e são mais baratos, mas se me quiserem cobrar pelos conteúdos, passo bem sem eles, aviso já, que também não cobro sobre os meus e escrevo em melhor português do que 90% dos dos outros).

 

Eu não tenho nada contra MFL. Tenho para mim esta estranha noção que uma pessoa pode ser antipática, amarga, cinzentona e chata quando está enfiada num sitio qualquer onde não comunica com nada humano. Por exemplo, acho que os números se estão bem nas tintas se são analisados por uma criatura risonha ou trombuda todos os dias [tirando as segundas-feiras de manhã, dia em que qualquer número se torna sempre negativo, seja lá de que prisma se olhar, mas pode bem ser mal da visão e não do pobre do algarismo]. Agora quando se quer comunicar com o cliente, digo eu, um carão fechado não resulta bem. Seja para vender cenouras, automóveis ou partidos políticos. MFL tem esse dom, o de anti-comunicar. Qualquer coisa que diga, ganha logo a minha antipatia, mesmo que seja uma coisa certa.

 

Não é o caso. Ou por outra: se é "certo" ou se não é "certo" é indiferente quando se emite uma opinião, haverá gente que concorde, outra que discorda, contrariamente a factos. Se MFL vier avisar (como veio e tem todo o mérito) sobre o estado lamentável das contas públicas, um gajo pode não gramar a tromba, mas o facto é incontornável (menos para o delirante desgoverno que nos desconduz).

 

Agora a opinião de hoje, encanitou-me mesmo. Acredito que seja uma pedra no sapato que tenha andado tanto tempo a tentar comunicar (sem sucesso, teria sido a tal forma antipática? capaz de ter ajudado...) a desgraceira nacional, agora se tenha confirmado e ninguém (tirando Pacheco Pereira) lhe faça uma vénia e agradeça a visão. Acontece. Na altura não dava jeito, agora é chover no molhado. Mas que diabo! Sempre é melhor (para os PSD's) que o PSD ganhe uma eleiçãozinha, não? Mesmo que não se goste do líder! Parece-me lógico, mas não: em vez de chamar o rapaz de lado e dizer "olhe lá, o menino se calhar viabilizava era já o OE e podia atirar as culpas ao outro, ouviu?", siga para a primeira página dos jornais, a puxar as orelhas ao "puto". Não tenho paciência para estas merdas e é por isso que, para mim, a politicoisa está ao nível de qualquer página central da Burda Lavores: ninguém dá ponto sem nó górdio nas próprias pernas e os cinco minutos da fama ultrapassam em muito o quadro maior.

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