Carta Aberta ao Primeiro-Ministro de Portugal
Exmo. Sr. Eng.º José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa,
Como cidadão é-me impossível continuar calado perante a situação política e financeira que o nosso país atravessa pelo que sou forçado a dirigir-me a si, responsável máximo pela governação de Portugal nos últimos 2002 dias.
Enumerar, detalhadamente, o que se passou nestes últimos 2002 dias seria uma tarefa inglória, que já está por demais documentada, pelo que me vou concentrar nos últimos meses, especificamente entre Março e Setembro deste ano.
Em Março o Seu Governo apresentou o PEC (Programa de Estabilidade e Crescimento). Este, tal como nome indica, continha as medidas tidas como necessárias pelo Seu Governo para estabilizar a situação económica do país e promover o crescimento.
Em Junho os Portugueses foram informados de que, afinal, o PEC que tinha sido aprovado não criava nem crescimento nem estabilidade e o Seu Governo apresentou um novo PEC - o PEC II - tendo sido garantido por si, Sr. Primeiro-Ministro, que agora é que era e que o crescimento e estabilidade iriam invadir o país que nem turistas Ingleses as praias do Algarve em Agosto.
Agosto chegou e com ele os incêndios que dizimaram uma área recorde de floresta no país. Infelizmente - unfortunately em Inglês - não foi só a floresta que ardeu em Portugal: o PEC-II também foi consumido nas chamas de um fogo posto - criminoso - por uma governação irresponsável.
Em Setembro o Seu Governo apresentou aos Portugueses mais um PEC - o PEC III - que tem por missão corrigir tudo o que tinha que ser corrigido em Maio passado e mais as asneiras governativas que se foram fazendo durante o Verão.
Desta vez nem o seu próprio partido aguentou estas medidas, sendo preocupante a declaração de um deputado do Seu partido - Ricardo Gonçalves - que declara que quase não tem dinheiro para comer, ele que aufere 8,22 vezes mais do o ordenado mínimo nacional.
Por estas razões Sr. Primeiro Ministro Eng.º José Sócrates Carvalho Pinto de Sousa,
- Perdoe-me de antemão que não acredite em si quando diz que com este PEC-III é que Portugal vai vencer a crise internacional (que o seu Governo já deu por terminada 3 vezes). Para si, Sr. Primeiro Ministro, a crise internacional é como um boomerang telecomandado que vai e volta a seu belo-prazer. Para o resto dos Portugueses, informados, a crise internacional já foi e muitos países já começaram a recuperar da mesma - incluindo países que até estiveram mais expostos.
- Perdoe-me de antemão que não acredite que o Governo Português foi tramado pela Sra. Merkel e que ninguém, na vasta equipa que trabalha consigo Sr. Primeiro Ministro, lhe chamou a atenção para o facto de que o submarino tinha que ser pago.
- Perdoe-me de antemão, Sr. Primeiro-Ministro, que não acredite em si [ponto final]
O momento político que atravessamos não pode servir como desculpa, Sr. Primeiro Ministro pois de desculpas, estou farto!
Se é certo que o Presidente da República não pode dissolver a Assembleia da República nada o impede a si Sr. Primeiro-Ministro, que se demita imediatamente.
Em nome do interesse nacional, em nome da nossa imagem no estrangeiro, em nome dos mercados internacionais, em nome do presente de Portugal, em nome do futuro de Portugal e em nome dos 2002 dias que os Portugueses lhe deram para mostrar o que valia: Demita-se.