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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

31
Dez10

|| Andam a gozar com o pagode

Mr Simon

 

 

 

 

 

Nas vésperas dos 101 anos da “ética republicana” o que quer que essa merda signifique mesmo mesmo antes de abrir o espumante que para o caso deve ser champanhe e ah e tal o Carlos César e os Açores e o Mário Soares que escreve às terças-feiras uma página inteira do Diário de Notícias para não dizer o que podia ser dito em ¼ de página e mais os mercados o que quer que essa merda signifique também que estão à escuta e o Teixeira dos Santos que está no fim da tabela do Top of the Pops dos ministros das Finanças da Europa. Assim mesmo sem vírgulas.

 

«A Segurança Social promoveu todas as chefias, com os aumentos a terem efeitos retroactivos ao início de 2010.»

 

(Em stereo)

 

 

 

 

 

 

 

30
Dez10

Liga Europa: Baía dos Porcos fiscal

Pedro Figueiredo


Às vezes há coisas que vejo e ouço que não acredito. Depois, custa-me a acreditar. Numa fase seguinte acredito, mas fico de boca aberta. A seguir fecho-a e abano a cabeça, lembrando-me que isto é Portugal. Pensamos muito frequentemente que já não podemos bater mais no fundo, mas esse é um sentimento perigoso pois há sempre alguma coisa a acontecer a seguir que faz parecer com que o poço não tem fim.
Aconteceu-me o mesmo há uns anos, quando a Polícia Judiciária teve acesso à lista de financiadores do CDS, na tentativa de perceberem quem tinha doado cerca de um milhão de euros para os quais havia facturas falsas. Um dos nomes que lá constava era um tal de Jacinto Leite Capelo Rego (tentem dizer o nome deste senhor com sotaque brasileiro. Pelo menos, era assim que a malta se ria nos meus tempos de liceu)!
Depois de ter passado por todas as fases que anteriormente referi, pensei: «Perdeu-se a vergonha!». No entanto, num esforço de memória, foi-me difícil encontrar exemplos em quem alguma vez a tivesse havido. E lembrei-me de José Gomes Ferreira: "Proibida a entrada a quem não andar espantado de existir".
Desta vez, fechamos o ano legislativo em grande. A nova Lei do Financiamento dos Partidos determina (sim, determina porque já foi aprovada na Assembleia da República em Novembro e promulgada pelo senhor Presidente da República) que as multas instauradas pelo Tribunal Constitucional (TC) aos dirigentes partidários prevaricadores possam ser inscritas como despesas nas declarações de rendimentos.
Admito que, desta vez, não segui os habituais passos. Na verdade, até encarei a notícia como uma verdadeira revolução fiscal. O Estado, na tentativa de fazer os cidadãos pagar alegremente as suas coimas, engendrou um esquema fabuloso de dar a possibilidade aos contribuintes de poderem deduzir os castigos financeiros em sede de IRS. Só podia ser assim. Afinal, que direitos têm a mais os dirigentes partidários do que eu? Imaginei a correr-me alegremente (tipo a descer a colina como na Música no Coração, a cantarolar) ao multibanco para pagar a minha dívida à EMEL, pedindo o recibo para guardar na pasta dos documentos a apresentar às Finanças.
Pensei que para o Estado, todos os cidadãos fossem iguais. Afinal, não. Os benefícios fiscais das multas são exclusivo dos dirigentes partidários. Lamentei, pela primeira vez, não ter feito uma lista para a Associação de Estudantes do meu liceu e ter seguido a carreira político-partidária.
Olhei, então, a notícia, de outra perspectiva. Provavelmente, a correcta e percebi que a revolução fiscal, afinal pode ser uma espécie de Baía dos Porcos: uma tentativa contra-revolucionária que pode correr mal. Muito mal.

Do que se escreveu na imprensa (pelo menos do que li), destaco a beleza do título do Público: "O chefe prevarica, o partido paga, o Estado devolve". Em causa parece estar a questão da responsabilidade individual, uma vez que o PCP foi multado relativo ao ano de 2005 em 30 mil euros, quando os comunistas pensavam que seria apenas de 3 mil. As contas do TC foram outras: 3 mil, sim, mas por cada um dos dez elementos do secretariado do partido. Como dar a volta a isto? Desconto fiscal.
O mais curioso é que a Assembleia da República legislou precisamente em sentido oposto à jurisprudência criada pelo órgão máximo jurídico do país. Mais curioso ainda foi o facto da lei não ter levantado dúvidas ao Presidente da República, que a promulgou. Tudo bem, portanto.
Finalmente, abanei a cabeça. João Cravinho não abanou e disse que não há palavras para descrever o escândalo.
Pergunto-me se não foi por situações parecidas que Luís XVI perdeu cabeça. Ao contrário do que dizia Luiz XIV, 'L'Etat n'est pas vous, monsieurs'

30
Dez10

A Nobre Esquerda...

calvas

Antes de começar, quero pedir desculpa aos fieis seguidores do Corta-fitas, 31 da Armada e Albergue Espanhol, por não os atacar num post feito por mim e desta forma, não dar margem aos comentários construtivos, que tanto se têm esforçado, por cá deixar.

 

Posto isto...

 

Desde que Fernando Nobre se apresentou como candidato, há cerca de um ano, que venho a seguir os seus passos (sim uso o 4SQ) com bastante curiosidade. Acho, como qualquer pessoa decente, que Fernando Nobre é provavelmente das pessoas mais inatacáveis em Portugal e no mundo, ao contrário dos seus dois principais rivais, um que é Poeta e outro que foi o grande condutor da desgraça do país.

 

(Não me consigo esquecer que nos últimos 30 anos, por duas vezes a polícia foi instigada a carregar na população. Sempre a mando do mesmo primeiro-ministro)

 

Durante este ano que decorreu, assisti a um fenómeno interessante.

A candidatura que mais se sentiu afectada por Fernando Nobre e que mais o atacou, principalmente online, foi a do Francisco Lopes.

Confesso que não esperava tal coisa e não encontro muitas explicações, a não ser a de um certo receio de que o eleitorado comunista se identifique com a acção de Fernando Nobre, que teorias aparte, fez o que poucos se atreveram a fazer.

Arregaçou mangas, seguiu os seus ideais e realmente... mudou o mundo, mesmo que uma pequena parte deste. Nobre fez mais que a caridadezinha de que a maior parte dos comunistas, on-line, o acusam.

Nobre não se acomodou e ao longo da sua vida criou soluções em zonas pobres, remotas, fustigadas pela guerra ou muitas vezes ainda em guerra.

Fez mais do que só resolver problemas, ajudou a curar alguns males, criou escolas, ajudou a fazer crescer economias locais.

 

E a resposta dos comunistas foi, uma chuva de mentiras, de ataques despropositados e de tentativas de descredibilização, primeiro da pessoa, depois da própria AMI. E, sinto-me perfeitamente à vontade para falar disto, porque, não só partilho o mesmo cartão com os meus caríssimos camaradas, como tive um dia o privilégio de conhecer Fernando Nobre e fazer parte da pequena equipa que gravou a sua biografia, num documentário intitulado "Nunca é meia noite, dr Nobre".

Cheguei a ler no Facebook, que a composição do conselho de administração da AMI, composto em parte por familiares de Fernando Nobre, era um presságio, para os nomes que fariam parte da estrutura da Presidência caso fossem eleitos. Ridículo. Má fé. Falta de princípios democráticos.

 

E esta história de vida, que tantos acham que não dá "Curriculum Político" necessário a exercer um cargo de cidadania como o de Presidente da República, que tanto assusta os comunistas.

 

É que Fernando Nobre foi o único a AGIR numa área tão querida da esquerda portuguesa, a da Solidariedade entre os Povos. E é isso que tanto assusta os jovens comunistas, principalmente... os jovens comunistas...

 

É que, um dia, houve alguém que ousou fazer aquilo que estes jovens tanto defendem mas nunca tiveram coragem de o fazer.

 

 

(esta situação irrita-me bastante, porque não é neste tipo de "fazer politiquice" em que eu acredito. E vindo de onde vem.. custa)

 

 

P.s. -  E com este post, ganho uns novos "amiguinhos" pela blogosfera.

29
Dez10

#ENSITEL: O que está em causa

FF

Continuo a ler por aí muitos comentários que acham exagerada a atenção que se está a dar ao caso #Ensitel.

Para mim é claro que o que está em causa é uma tentativa de limitar a liberdade de expressão de alguém (neste caso da Maria João Nogueira) e que se o parecer do juiz for favorável às pretensões da Ensitel vai-se abrir uma porta para que qualquer empresa ou pessoa possa pedir para que determinado conteúdo seja retirado apenas porque se sente prejudicado por ele.

 

E isto é muito perigoso. E é apenas isto que está em causa.

 

 

PS: Entretanto o "Ensit(h)el(l)" já tem todos os posts da Jonas. Se tiverem mais experiências para relatar é só deixar um comentário ;-)

27
Dez10

|| «Longe dos seus, vai vivendo a recordar, tem fé em Deus, que um dia há-de voltar» (*)

Mr Simon

 

 

 

 

 

José Nuno Martins, no “27 Mil Dias De Rádio” da Antena 1, recupera uma Conversa em Família em que Marcello Caetano, por alturas do Natal, pisca o olho às remessas dos emigrantes.

 

«Cavaco apela a emigrantes para que ajudem Portugal a ultrapassar crise»

 

(*)

 

(Em stereo)

 

 

 

 

 

 

 

23
Dez10

Liga Europa: Elas não matam, mas moem

Pedro Figueiredo

 

 

 

O Banco Comercial Português (BCP) anda numa tal maré de azar, que duvido que qualquer um dos membros do Conselho de Administração jogue, sequer, um bingo em família a feijões. Desde a saída do histórico fundador Jardim Gonçalves que nos corredores da sede do maior banco privado português o mais ouvido lamento deva ser: «Ai a nossa vida a andar para trás». E não há dúvida nenhuma que uma vez engatada a marcha-atrás, para meter a primeira de novo tem sido um caso sério. É caso para dizer que o BCP tem dado dois passos atrás, para poder dar um para a frente, ainda que tímido. Como o país, no fundo.

 

Deixemos a costela James Bondiana de Carlos Santos Ferreira para o fim e comecemos por ordem cronológica, se é que não me irá falhar algum episódio pelo caminho.

 

A saída de Jardim Gonçalves e a sua substituição por Paulo Teixeira Pinto, dupla que se viria a incompatibilizar e que ditaria a saída do segundo, foi apenas o abrir da porta aos mexericos que passaram a alimentar gulosamente páginas de jornais e precioso tempo de antena, que o banco não viu propriamente como publicidade gratuita. Era o início de um conflito interno que viria a desgastar a imagem da maior instituição bancária nacional, ao ponto de virem à praça pública, no que me pareceu na altura como uma fuga revanchista de informação, as verbas pornograficamente astronómicas envolvidas nas indemnizações a pagar a cada um dos CEO's e CFO's e outros CO's que agora não me ocorrem, inclusive a Filipe Pinhal, que esteve escassos meses na presidência do banco, até enstourar na imprensa o escândalo do BCP ter usado umas sociedades off-shore para comprar acções do próprio BCP e assim influenciar artificialmente o seu preço no mercado. Picasso teria considerado, sem dúvida, que este fora o período negro do BCP.

 

Mas se a coisa começou a ficar preta, as várias tentativas de recuperar têm sido desastrosas. A entrada em cena de Carlos Santos Ferreira na presidência do BCP foi esmagadora: 98% dos votos dos accionistas, derrotando Miguel Cadilhe. Merece, desde logo, o meu reconhecimento já que trabalhou directamente para António Champalimaud (sete anos) na seguradora Mundial, mas ao trazer Armando Vara da Caixa Geral de Depósitos desgraçou-se. Não sou eu que o digo. Fernando Ulrich, do BPI, ainda hoje o culpa disso mesmo. Foi, na altura, uma decisão que causou alguns dissabores ao novo comandante do porta-aviões financeiro, mas que o próprio tratou de defender com unhas e dentes. Correu-lhe mal. Havia uma Face Oculta do antigo ministro da Juventude e do Desporto que Santos Ferreira desconhecia e que voltou a manchar a imagem do banco. Costuma dizer-se que enquanto vai e vem o pau, folgam as costas, mas duvido seriamente que estas viagens da madeira castigadora sejam suficientes para o departamente de comunicação do BCP folgar.

 

São umas atrás das outras. Como se não bastasse, apareceu na semana passada a WikiLeaks a dar conta de uma mensagem do Embaixador dos EUA em Lisboa, a dar conta que o presidente do BCP se disponibilizou para espiar o Irão, caso o banco abrisse negócio naquele país. Santos Ferreira terá amaldiçoado a hora de ter recomeçado a ler John Le Carré. É claro que em entrevista à TVI, classificou tudo como uma tonteria completa. Pelo que me dá a perceber, o presidente do BCP acabou por chamar tonto ao senhor embaixador, já que a WikiLeaks limitou-se a transcrever o que vinha no telegrama. Não coloco em causa a seriedade do presidente do BCP. Há até quem o conheça melhor do que eu e lhe reconheça uma autoridade moral que não renego, mas então não era tonto que deveria ter chamado ao embaixador norte-americano em Lisboa e sim mentiroso.

 

Como não podia deixar de ser, o próprio Santos Ferreira acabou por admitir que tais notícias eram prejudiciais para si e para o banco. What else?! Mais uma tentativa falhada de sair do período negro, que parece não ter fim. É que elas não matam, mas moem. De certeza.

 

 

P.S. Gostava, sinceramente, de ter ouvido o telefonema que Santos Ferreira fez ao Embaixador do Irão depois disto de tudo ter vindo a público. E, infelizmente, não vi nenhum órgão de informação a tentar obter um comentário do diplomata, o que foi pena. É nestas alturas que fica sempre bem uma oportuna sacudidela do capote tipo: «Tentámos obter uma reacção do senhor Rasool Mohajer, que não quis prestar declarações sobre o assunto».

 

 

Imagem: "Memories of a WarAttributionNoncommercial Alguns Direitos Reservados por S n o R k e l

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