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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

21
Out10

Os nossos lurkers de estimação e os nossos comentadores

Catarina Campos

 

Não estou habituada a blogs sem comentos. Isto para encontrar os comentos aqui aos posts temos que ir ver ao twitter e à página do FB e então nesta última, os comentos são bestiais. Temos uns comentadores excelentes. Temos uns comentadores divertidíssimos, engraçadíssimos, fantásticos. Mas para ler os comentos aos posts, é mesmo preciso lá ir. Isto nem era publicidade à página, mas agora ficou. O que eu queria dizer é que não há aqui comentos e eu tenho que chegue aos meus posts noutros sítios, mas contratámos o Pedro Figueiredo e isso foi uma grande coisa aqui para o blog e nem um likezinho, nada. Tá mal. Chegaibus à frente, seus preguiçosos!

 

[Imagem de Rsms sob uma licença CC]

21
Out10

Liga Europa: Os Três Milagres de Cavaco

Pedro Figueiredo

 

 

Tive eu um daqueles momentos de luminosidade ideológica, quando percebemos a chamada 'big picture', ou simplesmente um momento de paragem cerebral idiótica, e apercebi-me da importância que realmente pode ter a próxima eleição presidencial.

 

Imaginemos por momentos - ainda que para muitos tal fosse bom demais de acontecer - que Cavaco Silva não consegue garantir a reeleição para o cargo de Presidente da República. Chocante? Talvez. Afinal era só a primeira vez que tal acontecia em Belém depois do 25 de Abril. E se recuarmos ainda mais, talvez tenhamos que andar muitos mais anos para descobrir algo parecido.

 

Imagine-se, de novo, as primeiras páginas, as aberturas dos telejornais e os directos jornalisticamente histéricos que haveria na noite da contagem dos votos. E não haveria razão para menos. Os portugueses perguntar-se-iam como, afinal é que tal tinha sido possível? Nós, de tão brandos costumes, não conseguimos eleger um Presidente por dois mandatos seguidos? Afinal que raio de povo somos nós? Talvez, então, as pessoas pudessem perceber que, afinal votar faz toda a diferença. Seria com um simples voto que tal teria sucedido. Talvez, então, as pessoas pudessem perceber, de uma vez por todas, que afinal, pode-se contribuir para que as coisas não fiquem como sempre. Há poder para mudar. Milagre Um de Cavaco.

 

As pessoas tomariam consciência que podem, de facto, mudar o rumo das coisas. Começam a estar mais atentas e a deixar de serem socialmente amorfas. Olham para as notícias de outra maneira. Vêm os franceses parar o país por causa do governo querer aumentar a idade da reforma para os 62 e pensam: «É pá, mas nós já temos que marchar até aos 65! Onde é que eu estava com a cabeça quando isso foi aprovado pelo meu governo? Porra, pá! Nem um pneuzito queimei em sinal de protesto! Querem IVA a 23%? Esperem lá que eu tenho ali aquele colchão velho da sogra para deitar fora, vou já dizer-te como ele fica tão bem no meio da SCUT...». É preciso que as pessoas andem atentas à realidade que as rodeiam. Milagre Dois de Cavaco

 

Sempre ouvi dizer, ainda que grosseiramente dito, que quem não chora, não mama. O povo começava a perceber que protestar, a sério, pode resolver a questão. Afinal, 120 mil professores a marchar pela Avenida da Liberdade a dizer, em conjunto, que não gostam da ministra, pode não ser imediatamente perceptível, mas a verdade é que esses mesmos professores continuam a dar aulas e a ministra... já não o é. Protestar e dizer que não se concorda, pode dar resultado. Se não houver protesto é que não dá resultado mesmo. Milagre Três de Cavaco.

 

O  voto é só uma forma de protesto.

21
Out10

Liga Europa: Introducing @pfigas no @31daSarrafada

31 da Sarrafada

É mais uma contratação de peso para o "31 da Sarrafada": Chama-se Pedro Figueiredo, é jornalista, homem do Norte a viver em Lisboa e gosta de beber piratas. Quem o segue no Twitter conhece bem as suas opiniões, o sentido de humor apurado e o espírito crítico-positivo com que encara a vida. Quem não o segue no Twitter é melhor começar a seguir desde já. Com a promessa de uma coluna semanal - os jornalistas têm destas coisas - chamada Liga Europa o Pedro começa já hoje.

 

E nós vamos tentar com que ele partilhe mais das suas ideias por aqui, pois fazem falta.

20
Out10

O dinheiro desaparecido - Economia e Finanças para totós

Catarina Campos

Toda a gente fala muito sobre não haver dinheiro (e não há), que é preciso ir buscá-lo, caríssimo, ao BCE (e é) e que esse facto tem por consequência o não haver dinheiro (a tal falta de liquidez) que por sua vez causa o aumento do preço (taxa de juro) do dito dinheiro. Se o dinheiro está caro, é difícil adquiri-lo para depois poder dar largas ao consumismo (não sobrando para poupança).


Mas porque raio está o dinheiro caro por ser escasso? Porque é que é escasso? Para onde é que ele foi? É que temos sempre esta noção - errada - que o dinheiro muda de mãos, mas circula sempre, se não está aqui no nosso bolso, há-de estar noutro bolso qualquer. É com essa noção que depois se consegue enganar meio mundo, acusando alguns de o acumular depois de o roubar da nossa mão. E também acontece, evidentemente, mas não explica o desaparecimento do dinheiro no seu todo.


Pois eu, caríssima leitora, estou aqui hoje para desvendar o mistério do dinheiro desaparecido da economia, porque, lamento imenso dar-lhe este choque, esse tal dinheiro desaparecido, foi a cara leitora que o deitou fora. Eu?! gritam as minhas amigas desesperadas, como?! eu deitar dinheiro fora, quando ele já é tão pouco?! Impossível.


Infelizmente não só não é impossível, como é o que realmente aconteceu. Ora sigam lá o rasto do dinheiro desaparecido comigo e vamos ver onde se ele foi parar ao lixo ou não: como exemplo, vamos utilizar a cara leitora (salvo seja) e uma quantia de vá, 1.000 (mil) euros. 
Os mil euros saíram do Banco Central Europeu rumo a um qualquer banco português, onde a cara leitora os foi buscar, em troca da promessa de os pagar em suaves prestações mensais e pagando um preço que é a taxa de juro. Ou até entraram nesse banco português e saíram para a carteira da leitora sob o formato de salário. Para o efeito tanto faz.


A cara leitora pegou nos mil euros e gastou-os da seguinte forma (muito resumida):

 

1. Pagou 300 de prestação da casa

2. Pagou 100 para escolas, livros, almoços de cantina e fatos de treino para a sua prole

3. Pagou 200 de contas de electricidade, água, telefone, gás, etc.

4. Pagou 200 em supermercado

5. Pagou 50 de transportes

6. Pagou 150 por uma televisão nova


Vamos ver para onde foi este dinheiro todo. E vamos pensar nisto a preto e branco, deixando os cinzentos para outro dia: ou o dinheiro volta para a economia ou vai para o lixo. É evidente que todo ele, de uma forma ou de outra, está a pagar por coisas, bens ou serviços, e regressa à economia, a quem forneceu esses bens e serviços. Mas o seu, cara leitora, em si mesmo, não volta para lado nenhum, tirando o investimento no ponto 1 (investimento em bens imóveis) e, de uma forma mais incorpórea, em 2 (investimento na educação das crianças, a caminho de um brilhante futuro de desemprego, desespero e piromania automóvel).


O resto vai para o lixo. A electricidade e o gás volatilizam-se, a água segue para o esgoto, o cabaz de compras segue para o mesmo cano e por aí fora. A televisão há-de seguir o caminho do aterro daqui a uns tempos, embora nos digam que será reciclada, os transportes usam-se e aquela viagem já não se usa mais.


Percebem? É tudo coisas que desaparecem. Assim como o dinheiro que as pagou. Serviu para alguma finalidade? Claro que sim, manteve-nos vivos e, de preferência, de boa saúde e devidamente acolchoados em autocarros e programas de televisão. E o dinheiro, foi para algum lado? Foi, regressou à economia, de facto. Mas há esta parte que se perde, no último utilizador do bem ou serviço. O dinheiro foi, no final do caminho, para o lixo.


Perceberam? É uma teoria bem esgalhada, não é? Pois. Mas é tudo tanga. :) (desculpem, mas não resisti...:D)

20
Out10

O PSD e a margarina

Catarina Campos

 

Entre as três da tarde e as sete e pouco da noite, o futuro cabaz de compras dos portugueses teve uma futura descida do futuro IVA de 23% para 6%.

 

E é assim que um prometedor potencial futuro primeiro ministro passa à história como "o homem que tentou reduzir o preço da margarina".

 

 

 

[imagem de Dishevld sob uma Licença CC]

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