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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

21
Jun10

Pedrada no charco

joao moreira de sá

 

Já o vi escrito, já ouvi comentários vários a favor, nenhum contra e continuo sem perceber por que não se tem a coragem política de com uma simples medida acabar com uma enorme hipocrisia social e política, contribuir para resolver um problema social com resultados imediatos e indiscutíveis a nível da criminalidade, para não mencionar para já o aspecto mais susceptível da coisa e, aspecto de máxima importância, gerar receita fiscal.


Se o Estado não só aceita como legal como ainda taxa e recebe impostos da receita gerada pelo comércio de duas das mais perigosas e socialmente danosas drogas, o tabaco e o álcool, porque não aplicar o mesmo princípio a drogas que só por hipocrisia e demagogia se nega um menor risco social e para a saúde, as chamadas drogas leves, bastando para tal limitar-se a copiar o modelo holandês. Do efeito social ao nível do consumo de drogas, nomeadamente as ditas drogas duras, heroína e cocaína, dizem os números que o IDT disponibiliza. Houve uma redução do consumo após a legalização. Da receita dos impostos (altíssimos) que o estado holandês arrecada anualmente é... ora... é... é fazer as contas. Há que somar aos impostos directos as receitas geradas pelo turismo, se quisermos continuar a deixar de lado as hipocrisias; a poupança no combate ao tráfico cujas verbas podem em parte ser convertidas em diminuição de gastos, outra parte em aumento de recursos para, precisamente, apoio à prevenção e tratamento da toxicodependência.


Saber e permitir que o comércio de uma substância ilegal seja feito de forma marginal à sociedade e à economia não tem vantagem sob qualquer perspectiva e ao ser conivente o Estado está a demitir-se da sua obrigação de zelar pelo bem estar colectivo, segurança e saúde dos cidadãos, da mesma forma que mais que aceitando, impondo receber parte do lucro de do comércio legal da substância que possivelmente mais pessoas mata por ano em Portugal, o tabaco e recusar-se a receber receita de uma outra substância que se sabe não provocar a morte, numa altura em que pede tantos sacrifícios aos contribuintes, o Estado não está a ser uma pessoa de bem.

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