We speak "bullshit"
Poucas coisas são tão idiotas e politiqueiras como esta questão.
Os habitantes do Parque das Nações querem ter a sua própria freguesia. É um desejo legítimo e perfeitamente lógico.
Goste-se ou não do que fizeram com os antigos terrenos da Expo '98 é inegável que existe ali uma unidade territorial bem definida.
A população reuniu cinco mil assinaturas, as necessárias para que a petição seja apreciada na Assembleia da República.
idadania, iniciativas dos cidadão, etc. e tal. O tipo de atitude de que se fala constantemente. Diz-se que há pouco em Portugal.
Qual é foi a reacção dos partidos políticos e dos autarcas? Ligaram o botão de "Bullshitês".
As reacções e os argumentos são hilariantes de tão bacocos.
Dizem os de Loures:
"fundamenta-se em argumentos artificiais sem efectiva tradução na realidade socioeconómica".
Que raio quer isto dizer, ó alminhas??? Nada! Traduzido por miúdos, significa que não querem deixar de ser um dos maiores municípios do país, gerido com os pés há - pfffff, deixa ver... - mais de 30 anos, cheio de betão e dormitórios por toda a parte e com mais negociatas imobiliárias terceiro mundistas por metro quadrado do que um bairro de Calcutá!
Melhor ainda... em 2004, a Assembleia Municipal de Loures já se tinha mostrado contra a criação de uma freguesia única no Parque das Nações argumentando que:
"a amputação de território a favor de Lisboa" iria "condenar o desenvolvimento da freguesia de Moscavide, ficando [esta] confinada a um quadrado de betão, de costas voltadas para o Tejo, emparedada pela CRIL e pela linha ferroviária do Norte".
mas... mas... mas...
Foi exactamente isso que aconteceu! E vocês não fizeram nada para o impedir! A freguesia de Moscavide é, hoje em dia, um gueto decadente, emparedado pela CRIL, pela linha do comboio e com a vista para o Tejo tapada por diversos monstros de betão que entretanto foram sendo construídos!
Por seu turno, o Costa, Presidente da CML saiu-se com outra tirada repleta de espírito democrático e respeito pelos cidadãos:
"não é oportuna a discussão em torno da criação de uma freguesia de forma isolada e desenquadrada de uma discussão ampla e abrangente".
Say what????
Este é o mesmo tipo de discurso que, na prática, resulta em coisas tão incríveis como esta.
Uma via nova, quase terminada, apodrece lentamente, como um bacalhau com natas abandonado ao sol de Agosto, porque um pilar de um viaduto terá de assentar em terrenos de Loures e os meninos das duas câmaras não conseguem agir como adultos e resolver o assunto.
A Avenida Santos e Castro está parada há três anos por causa deste pilar.
Pendente de um acordo entre as autarquias de Lisboa e Loures.
Imagem cortesia do Viver Lisboa
Entretanto, o resto da via rápida com quatro faixas apodrece
e tranforma-se numa paisagem de inspiração pós-apocalíptica
ou, como alguns gostam de lhe chamar, a maior ciclovia de Lisboa.