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31 da Sarrafada

31 da Sarrafada

11
Mar11

Gerações à rasca mas lindas

arcebisposarrafeiro

 

Este será na melhor das hipóteses um excelente momento de despertar consciências, se não as políticas, pelo menos alguma consciência cívica, tão amorfa entre nós. Cabe-nos a nós TODOS aproveitá-lo
As mudanças radicais não são possíveis no Portugal actual. Mais que não seja por total falta de opções, estando mais perto de um deserto de alternativas como a Líbia do que um Egipto onde um ainda "duvidoso" exército gozava e soube capitalizar bem a credibilidade da opinião pública (aparte existirem já muitos grupos de resistência organizada, o que cá não há e entende-se porque ainda assim a existência de liberdade retira-nos essa necessidade de resistência a algo).

É impossível pedir uma total mudança de regime. Que outros políticos (ou não) teríamos para colocar no lugar dos actuais? Penso contudo que podemos, sim, fazer exigências: que se cumpra a constituição, que o Estado se comporte como uma pessoa de bem, que os políticos e governantes se rejam pelos valores da ética, boa moral, bons costumes, lisura, honestidade; que sirvam o país em nome da causa pública e nenhum outro valor pessoal ou partidário.
A nós, devemo-nos a obrigação de zelar para que assim seja, e fazer o Estado (país, nação, pátria) sentir que reclamaremos se não forem estes os valores pelos quais somos governados.

Eu sou e estou optimista. Não num futuro imediato, mas que me parece estar a chegar mais depressa do que eu pensaria ou poderia esperar.
O mundo move-se rápido para que estas revolução não alastrem mais. Eu acredito que esta revolta é imparável. Que estamos no início de uma mudança de paradigma civilizacional. Que do Médio Oriente alastrará a África, à China, à Europa, com surtos de contestação a começarem a verificar-se em alguns países de leste (como já acontece na Sérvia), Escandinávia (já se verifica na Islândia), Reino Unido (onde penso começará de facto a agitação social em massa na Europa devido a insatisfação de sindicatos, estudantes e, sobretudo, forças armadas, um real e actual problema no UK de onde poderão surgir surpresas já nas próximas semanas, Europa central mais tarde - por influência dos novos fluxos migratórios do Magrebe para a Europa - num efeito cascata que por fim chegará a Espanha e Portugal.

Haverá muito sofrimento nos tempos futuros, sem dúvida. Subida dos preços dos alimentos, fome, agravamento das dificuldades financeiras... mas infelizmente também estou convicto de que só este sofrimento poderá tirar as pessoas do estado de torpor, dos dia-a-dia de luta por (sobre)viver e despoletar a revolta social. Pacífica, assim saibamos nós - todos - ser o exemplo dos valores que defendemos e reclamamos.

Não sei se idealismo meu mas creio de facto que vivemos tempos de mudança. Que o mundo vai mudar. Para melhor. E que cá podemos começar já a exigir mudanças, de atitude, mais que não seja e já seria muito, por parte de todos: políticos, governantes, empresários, banca, finança, justiça mas também nós, cidadãos, que para exigir teremos que estar dispostos a dar algo em troca: o nosso esforço, o nosso empenho. Nada, comparado com exemplos que vemos onde é a própria vida que estão dispostos a dar em troca do direito a uma vida digna.

 

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